Tercio de Melo Sousa

Minha experiência com OVNI

2024-09-13

Eu tinha mais ou menos 10 anos de idade e tinha um professor de história adequadamente chamado Hamurabi. Se não me engano, perdoe minha incerteza mas incerteza é exatamente o ponto deste relato, ele nos falou que talvez tenha sido possível que os nativos que habitavam o que hoje é o Brasil não tivessem sido capazes de enxergar as caravelas portuguesas se aproximando sobre o mar, e que a razão por trás disso é que os nativos nunca antes tinham visto esse tipo de embarcação, e que portanto seus cérebros não conseguiam perceber o que os olhos estavam vendo. Esse fenômeno é na verdade apenas um mito chamado Navios invisíveis.

Esta memória foi desenterrado do meu cérebro na noite do dia 7 de Julho de 2017. Eu estava dirigindo da minha cidade natal de Campina Grande em direção a Natal, a 300 km de distância, para pegar um avião para Lima. Minha noite esquisita começou em Parnamirim, cerca de 13 km antes de Natal.

Em cidades pequenas é comum que as ruas pricipais também sejam BRs, neste caso a BR 101. Pra mim nunca é claro quais cidades brotaram do comércio ao longo das BRs e quais foram empaladas por elas. Parnamirim também é assim e, como esperado de cidades atravessadas por BRs, ornamenta seu pedaço de rodovia com sinais de trânsito, radares, e quebra-molas. Isso tudo vem com uma dose eventual de engarrafamento.

O trânsito estava muito lento, no meu carro estava tocando O Rappa, e eu ouvi um barulho estranho. Era um barulho repetitivo de ar sendo atingido por hélices, mas suavemente; bem suavemente. Eu abri a janela do carro, querendo ver o que era, torcendo que fosse um helicóptero ao longe. Eu torcia simplesmente porque me fascino com maquinário, não consigo explicar, mas helicópteros são incríveis e se houver um passando eu vou querer olhá-lo. Mas eu não vi nada. Que pena, é a vida.

Eu desliguei a música e alguns minutos depois eu ouvi o barulho novamente, desta vez se movendo como que atravessando a BR do alto, da minha esquerda em direção a minha direita, rápido, mas ainda levando uns bons 2 segundos pra "atravessar" a BR. Eu olhei através da janela do lado do carona tentando ver alguma coisa mas só consegui ver uma luz flutuando, vibrando vagarosamente, à distância. Não achei estranho, pensei que só estava escuro demais pra eu conseguir discernir o que era aquilo.

Alguns minutos passaram e os objetos voadores voltaram. Sim, no plural. Eram 2 objetos voadores. Eles pareciam ter o tamanho de um carro hatch; pense num Gol ou Uno. Estavam flutuando lado a lado mais ou menos sobre o carro a minha esquerda, mas a uma altura comparável à dos postes de luz; eu chutaria uns 6 metros de altura. Tinham um barulho muito suave de hélices, isso que me faz pensar que não eram helicópteros. Helicópteros são barulhentos como o Inferno. Porém eu simplesmente não conseguia ver o que eram. Eram invisíveis aos meus olhos. A única razão pela qual eu sei que estavam lá é porque cada um deles tinha 4 luzes arranjadas como os 4 vértices de um quadrado, igualmente distante de ambas as luzes vizinhas nesse quadrado imaginário. Não eram fortes, somente visíveis, e o ambiente era claro, dado que os postes de luz são fortes. Ainda assim eu não conseguia ver esses objetos voadores.

Há várias razões perfeitamente lógicas pra explicar o porquê de eu não conseguir vê-los:

Então eles se moveram. Mas não se moveram como os discos voadores se movem em filmes. Se moveram como helicópteros, inclinando-se para a direção para onde pretendem se mover antes de serem impulsionados pelas suas hélices naquela direção. E então eles pararam do outro lado da BR, antes de se inclinarem novamente e irem embora.

Eu não sei o que eram, embora acho que seja muito improvável que tenham sido helicópteros; simplesmente eram silenciosos demais. Eu não tenho a mínima idéia do que havia acabado de acontecer. Mas este não foi o último evento estranho da noite.

O Aeroporto Internacional de Natal tinha sido recentemente inaugurado há poucos anos e a infrastrutura ao seu redor ainda era meio precária. A estrada que levava até lá não tinha iluminação de postes em longos trechos. Normalmente estaria tudo bem, mas naquela noite toda a parte elétrica do meu carro apagou. O carro continuou andando, mas nem o farol, nem as luzes do painel, nem luzes internas funcionavam; nada elétrico. E eu precisava tomar uma decisão. Eu poderia continuar dirigindo aquela caixa de metal motorizada no escuro, ou eu poderia parar, desligar o carro, e tentar religar novamente. O risco da segunda opção era o carro não ligar mais, e o da primeira era de causar um acidente sério. Eu decidi continuar no escuro.

Por duas vezes eu fiquei muito próximo de um acidente. Numa um carro vindo na direção contrária desviou de mim na última hora, na outra eu senti pela vibração dos pneus do carro que eu estava entrando no acostamento. Decidi que tava na hora de parar, melhor perder o vôo do que perder o resto da vida. Para minha felicidade o carro ligou novamente, tudo funcionando perfeitamente e eu pude continuar meu caminho. Por mais duas vezes o carro apagou de novo e eu tive que repetir esse reiniciamento do carro, e eu viajei conformado que quando eu voltasse eu precisaria guinchar o carro pra ser consertado em algum lugar.

Quando eu voltei o carro estava funcionando perfeitamente, nunca mais apresentou qualquer problema parecido, e até hoje eu não entendo os eventos que aconteceram naquele dia.